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Em período de greve dos correios, mais uma, diga-se, tendo em conta que ela já faz parte do nosso calendário ordinário como também a dos bancários, não há como escapar da lembrança de seus áureos tempos, quando ocupava o topo das pesquisas de satisfação dos brasileiros.

Com efeito, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos despontava altiva, em diversas tomadas de opinião, retrato fidedigno do que a população via nela, logo, confiabilidade, eficiência e, principalmente, certeza de cumprimento da missão para a qual fora concebida.

Cá entre nós, era justo o reconhecimento ao serviço como prestado, o que certamente redundava em mínimo alento a seus servidores sabida a tradicionalmente parcamente remunerados.

Mas como aceitar que, por décadas, quem sabe até hoje, as funções da EBCT sejam o que de melhor os serviços públicos deste país ofereceram ou oferecem?

Ora, as obrigações estatais em razão do cidadão, da cidadã, exigiram da União, dos Estados e dos municípios um aparelhamento físico, estrutural e de pessoal consideravelmente numeroso. Não só isso: nada barato, para se dizer o mínimo, quando não o contrário.

A saúde, a educação, a segurança, e tanto de outros valores que nos foram prometidos com cores de garantias motivaram a criação e o fomento da maior das estruturas por qualquer aspecto que se venha a analisar: a estatal.

Para esta estrutura e seus tentáculos, se reservaram as melhores instalações físicas, de privilegiadas localizações, amplas dimensões e compatíveis condições, como tem de ser para bem atender o suposto destinatário das atividades, quem seja, o contribuinte.

Os entes estatais foram dotados, ainda, de recursos humanos da melhor qualidade, distinguidos por concursos públicos capazes de aferir o comprometimento cívico com as funções a serem assumidas e sua importância para o sistêmico funcionamento dos órgãos em compatível sintonia com a coletividade, para muito além da mera técnica, mas, sobremaneira, moralidade, impessoalidade, eficiência, etecetera, etecetera e etecetera.

Ainda em homenagem do povo a ser servido, se passou a remunerar os agentes propulsores de tais órgãos em valores a altura das suas responsabilidades, por isso em quantias muito superiores às pagas a seus congêneres do comum ramo privado, o que, só surtiria efeito, caso a tais salários e vantagens se acrescessem funções gratificadas, planos de carreira onde até o tempo de permanência redundaria em aumento de ganhos, aposentadorias integrais, férias generosas ou licenças de toda a natureza, e por aí vai, do que se sabe existente. Assim foi feito.

E o número um, o serviço campeão, dentre todas as excelências do setor público, por seus serviços e préstimos foi, ou é, não sei, a entrega de cartas e encomendas...

Pois agora, convalescem os correios.

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